Número alarmante: metade das empregadas domésticas do ES foram demitidas na pandemia
Com a pandemia, cerca de metade das empregadas domésticas perderam seus empregos no Espírito Santo.
A empregada doméstica tem trabalho fundamental dentro dos lares brasileiros, seja com a limpeza ou o cuidado dos moradores da casa.
Infelizmente, com a pandemia do novo coronavírus, muitas dessas trabalhadoras perderam o seu sustento pelos mais diversos motivos.
As famílias se viram obrigadas a realizar a rescisão do contrato de trabalho, principalmente por dificuldades financeiras e medo de contaminação pelo vírus.
A necessidade de distanciamento e isolamento social complicou a vida das empregadas domésticas, que, em muitos casos, prestam seus serviços em mais de uma casa para complementar a renda.
Os números são alarmantes, e revelam que a categoria tem enfrentado um cenário bastante dramático.
De acordo com informações do Sindicato das Empregadas Domésticas (STPDES), antes da pandemia, o Espírito Santo contava com cerca de 236 mil empregadas domésticas com carteira assinada ou informais.
Após completar um ano da chegada da pandemia, metade já perdeu o emprego.
Preocupação do Sindicado com a pandemia
Dentro do sindicato que representa a categoria, a preocupação é enorme com essas trabalhadoras. Segundo Ivete Pereira, presidente do sindicato:
“Hoje a situação de cada um deles é muito difícil, porque muitos perderam o emprego, não estão trabalhando, o patrão dispensou por falta de condições de pagamento”.
Todos os dias as más notícias não param de chegar. Mais e mais demissões e domésticas afastadas.
Ivete completou, ainda:
“Quando se reduz carga horária fica mais difícil ainda, porque além de reduzir as horas, o patrão também reduz o salário. Então, para o trabalhador que depende de família fica difícil, o que prejudica o pagamento de aluguel, energia, água, telefone e os demais sustentos da família”.
É possível, sim, demitir a empregada doméstica durante a pandemia, mas é preciso respeitar os direitos trabalhistas e seguir todas as recomendações da Lei das Domésticas.
Há muitas famílias, entretanto, que não têm feito isso, segundo o sindicato.
“Para algumas delas, a gente consegue um acordo amigável. Outras preferem ir para a Justiça. Por falar em ir para Justiça, é ter que esperar ela voltar e nesse caso a fome não espera”, disse Ivete.
Os contratantes que andam dentro da lei ainda ficam preocupados, já que a situação econômica do país anda instável e a situação de contaminação pelo novo coronavírus tem uma notícia nova a cada dia.
Enquanto essa categoria não for vacinada e não puder voltar a prestar seus serviços com segurança, o sindicato busca alternativas para aliviar a situação da classe, distribuindo, inclusive, cestas básicas.
Completando, a presidente do sindicato alertou todos os brasileiros:
“Aqueles que puderem, eu gostaria que ajudassem com uma cesta básica, um produto de limpeza, álcool, água sanitária, que é essencial para a higiene. Uma cesta básica ajudaria uma família a superar essa situação que está muito difícil”.